No Natal de 1953, comentando um artigo a célebre frase de São João "A Luz brilhou nas trevas (1, 5), o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira assim escreveu: "Foi com estas palavras que o Discípulo amado anunciou, para seu tempo e para os séculos vindouros, o grande acontecimento que celebramos neste mês. Fórmula sintética, sem dúvida, mas que exprime o conteúdo inexaurivelmente rico, do grande facto: havia trevas por toda a parte, e na obscuridade dessas trevas a Luz acendeu-se. Qual a razão destas metáforas? Que luz? Que trevas? Os comentadores são unânimes em afirmar que as trevas que cobriam a terra quando o Salvador nasceu eram a idolatria dos gentios, o cepticismo dos filósofos, a cegueira dos judeus, a dureza dos ricos, a rebeldia e o ócio dos pobres, a crueldade dos soberanos, a ganância dos homens de negócio, a injustiça das leis, a conformação defeituosa do Estado e da sociedade, a sujeição do mundo inteiro à prepotência de Roma. Foi na mais profunda escuridão dessas trevas que Jesus Cristo apareceu como uma luz. Qual a missão da Luz? Evidentemente, dissipar as trevas. De facto, aos poucos, foram elas cedendo. E, na ordem das realidades visíveis, a vitória da Luz consistiu na instauração da Civilização Cristã que, ao tempo da sua integridade, foi, embora com as falhas inerentes ao que é humano, autêntico Reino de Cristo na terra" (transcrito de "Catolicismo", dezembro de 1953).